Blind Guardian


Como a tecnologia pode ajudar na independência das pessoas com deficiência visual



Infográfico estatístico do IBGE sobre pessoas cegas ou pessoas com baixa visão

Em um mundo onde uma imagem vale mais que mil palavras, uma pessoa com deficiência visual (6.5 milhões de brasileiros segundo o IBGE) pode acabar se sentindo um pouco isolada. O problema do isolamento não é novo na vida dessas pessoas, já que antes do Braille – escrita tátil para facilitar a compreensão de cegos e pessoas com deficiência visual elevada, que surgiu apenas no início do século XX – os cegos dependiam da tradição oral e da boa vontade de quem desejasse ler para eles. Nos dias de hoje, os problemas com o texto escrito são bastante contornáveis.


Smartphones e computadores possuem programas que “leem” a tela, como se esta fosse um audiolivro. Da forma que a tecnologia caminha, não vai demorar para que o problema com as imagens também seja contornável.


Diversas iniciativas envolvendo aprendizado de máquinas trabalham com a ideia do visual, fazendo com que um algoritmo interprete a imagem ou desenho que está na tela por conta própria. O Facebook descreve as fotos postadas sem precisar do trabalho humano. O Quick, Draw! do Google consegue entender com facilidade o que o usuário desenha, e outras interfaces trabalham com reconhecimento específico de algum requerimento e até o reproduzem.


O próximo passo para a tecnologia é uma forma de ajudar na locomoção da pessoa cega, especialmente pelo espaço urbano. Sistemas de geolocalização estão cada vez mais comuns e mais baratos e os smartphones tornaram-se quase uma extensão do corpo humano. GPS’s colaborativos e dinâmicos são usados rotineiramente por motoristas, e todas essas ideias combinadas podem, com facilidade, gerar o aplicativo que muitas pessoas da comunidade cega, há muito, esperam.


A carência de facilitadores, quando se trata de locomoção para pessoas com deficiência revela a sua exclusão social, fato observado na falta de empatia e inclusão no desenvolvimento das mais básicas estruturas, como calçadas e faixas de pedestres. Semáforos não possuem alarmes de áudio, e suas botoeiras eletrônicas dificilmente funcionam.





O Blind Guardian é um aplicativo voltado justamente para esta necessidade. Ele usa o sistema de geolocalização e o sistema de fala sintetizada do celular, unindo-os à colaboração do usuário para criar uma espécie de “GPS para pedestres”.